Em 05 de maio de 2005 foram tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Minduri os seguintes bens:
Casa da Estação Ferroviária – Decreto Municipal 798 de 05 de maio de 2005.
Paredão da Avenida Getúlio Vargas – Decreto Municipal 799 de 05 de maio de 2005.
Árvore de Óleo – Decreto Municipal nº 670 de 2004
Histórico da Árvore de Óleo
Tombada em 2004 pelo Decreto Municipal nº 670 por seu valor histórico, natural e paisagístico
A Árvore de Óleo é um elemento centenário da paisagem natural de Minduri. Pertencente à história local e ao imaginário coletivo, constitui um elemento de referência no tempo e no espaço e se destaca na configuração do cenário urbano e no cotidiano do minduriense. Tem aproximadamente 150 anos de idade. Em uma foto antiga da década de 20, que faz parte do acervo fotográfico do Centro Cultural, já se pode observar a Árvore de Óleo estabelecida e imponente no alto do morro. Sua fixação no local ocorreu por dispersão natural, à medida que sua espécie se enquadra nas espécies características da vegetação do cerrado. Vulgarmente conhecida como copaíba, copaibeira de minas, cupaúva, cupiúva, oléo de copaíba, copaí, cobiúba, ou pau-d´óleo, recebeu, em Minduri, o nome de Árvore de Óleo. O nome Copaíba, de origem guarani, refere-se, justamente à presença de um óleo resinoso, de agradável odor, que escorre na base do tronco. Este óleo é bastante conhecido e relevante no campo da indústria terapêutica. Os indígenas foram os descobridores de certas propriedades benéficas deste óleo, que utilizavam como cicatrizante de feridas e úlceras, anti-tetânico, sobretudo para o umbigo dos recém-nascidos. Os primeiros colonos ainda utilizavam o óleo para blenorragias, hemorragias, tosses e bronquites, doenças de origem sifilítica ou de pele, incontinência urinária, urticárias e outras moléstias. Alguns mindurienses usam o óleo como cicatrizante ou passam na juntas para aliviar as dores do reumatismo.
Vários animais visitam a árvore, principalmente pássaros como bem-te-vis, joão-de-barro, sabiás, tucanos e pombas do mato. Outra visita que a árvore costumava receber, antes da construção do cercado de concreto, eram os cabritos. Eles subiam no grosso tronco e se divertiam escalando os galhos.
A árvore apresenta marcada sazonalidade na queda das folhas, que ocorre no final da estação seca (julho-agosto). No início da estação chuvosa (setembro-outubro), ocorre o brotamento de novas folhas. Floresce entre dezembro e fevereiro e frutifica na estação seca, produzindo frutos ovais de cor preta.
A Árvore de Óleo tem 11 metros e meio de altura, seu tronco tem 4 metros de diâmetro e sua copa atinge 22 metros de diâmetro.
A posição elevada da Árvore de Óleo confere a seus visitantes um vista privilegiada da cidade e do Planalto Compartimentado da Serra da Mantiqueira, ao norte do município. Além de todas as suas características físicas, a árvore de óleo faz parte da noção temporal e espacial do minduriense. Por gerações, abrigou, em sua sombra, passeatas de alunos das escolas do município, visitantes, casais de namorados. As lendas e histórias que a cercam personificaram-se na sua imperiosa estrutura, que traz consigo toda uma bagagem histórica, imaginária e sentimental, além da sua função ecológica e estética de inegável valor para o minduriense.
A Árvore de Óleo reproduz a história, contribuindo para a conservação, preservação e valorização do patrimônio Cultural e Paisagístico de Minduri.
Protegida pela Lei 791 de 12 de abril de 2002 e tombada pelo Decreto Municipal 0 de 30 de março de 2004, como Patrimônio Histórico e Paisagístico do município de Minduri, espera-se que a Árvore de Óleo tenha garantida sua integridade física, bem como sua presença na noção afetiva, histórica e cultural do minduriense.
Fonte: Centro Cultural Manduri