Como município emancipado em 12 de dezembro de 1953, a cidade de Minduri é bastante jovem, tem apenas 56 anos. Se esta contagem começar da data de fundação da Estação Ferroviária, 1912, a idade de Minduri sobe para 93 anos. Considerando-se o registro da existência de atividades agropecuaristas na região e da presença de várias famílias, pode-se, com segurança, datar o início do povoamento no final do século XIX. O histórico de várias fazendas que havia na região registra a presença de senzalas, troncos e outros instrumentos de suplício do período da escravidão que só terminou oficialmente em 1888. Portanto, conclui-se que havia alguma atividade em Minduri pelo menos a partir da segunda metade do século XIX em diante.
O marco oficial de fundação do município foi, entretanto, a construção, pela Ferrovia Oeste de Minas , da Estação do Paiol, em terras pertencentes ao fazendeiro Homero Penha de Andrade, proprietário da Fazenda do Paiol, assim chamada popularmente devido à presença, no local, de um grande paiol onde se armazenava a produção de milho a ser beneficiado no próprio moinho da fazenda.
Homero, tendo recebido em sua fazenda os engenheiros da Ferrovia, foi consultado por estes sobre o melhor lugar para se construir a estação. Havia muita especulação e desejo por parte de fazendeiros que a estação fosse construída em locais que satisfizessem interesses particulares mas a preferência coube a Homero. Consultando, por sua vez, seu irmão e tutor Gabriel Penha de Andrade, ambos delimitaram as terras na região entre dois pequenos córregos: o Córrego do Meio e o Córrego Pitangueiras. Neste local foi construída a Estação do Paiol e ao redor desta foram surgindo casas residenciais e comerciais. A Ferrovia construiu, para seus funcionários, 7 casas das quais hoje só resta a casa geminada à estação. O primeiro comércio, construído ao lado da estação, foi do próprio Homero em sociedade com um primo. Em 1934 foi organizada uma comissão para pleitear, junto ao governo estadual, a elevação do povoado a distrito. Neste mesmo ano o povoado do Paiol passou a denominar-se Andradina, em homenagem à família de Homero Penha de Andrade. Em 17 de dezembro de 1938, Andradina elevou-se a distrito com o nome de Minduri, subordinado ao município de São Vicente de Minas. Em 1953, o distrito foi elevado à categoria de município.
“Nossa história começou muito antes da emancipação, quando se instalaram, em Minduri, as primeiras fazendas de café. Cavalos e cavaleiros seguiam pelos caminhos abertos por tropeiros e colonos, fazendo a vida fluir nos povoados e vilas. Os carros de bois, as carroças e os burros transportavam cargas e seus sons ecoavam pelos vales. As terras férteis produziam café, milho, feijão. Em breve, outro som invadia o sertão. O apito da Maria Fumaça espalhava-se pelos campos e se espalhavam também as brasas que, às vezes, incendiavam campos e canaviais à beira da linha férrea. (…) Os primeiros habitantes chegaram. Fazendeiros, colonos, ferroviários, comerciantes e os imigrantes: dinamarqueses, espanhóis, italianos, libaneses, portugueses. (…) Nas fazendas, a produção de café era intensa. (…) junto à produção de café, vinha a de leite. A fartura inspirou os primeiros fabricantes de laticínios. Os dinamarqueses foram os pioneiros (…) O comércio e a indústria prosperaram. Pelo trem eram exportados ovos, queijos, carne bovina charqueada, arroz, feijão, manteiga, suínos e aves, carvão, doces, madeiras, postes, dormentes, casca de barbatimão… (…)”
Fonte: Centro Cultural Manduri